domingo, 30 de maio de 2010

Troca de Grupos( Grupo insanidade / Expressao jovem )

Teatro é a arte de se expressar tudo o que acontece teoricamente fora da nossa sala de ensaio ou até mesmo julgado pela nossa propria sociedade normalistae ' proibido ' fazer, rolar no chão, imaginar que estamos flutuando, rever nossas passagens pela nossa vida... na sala de ensaio tudo é possível e as cores negras do mundo real somem...
o encontro entre grupo "Expressão Jovem" e "Grupo Insanidade" foi isso.. pessoas que fazem teatro convencional na qual pessoas discutem coisas verdadeiras e mais realistas como temas em si, tipo drogas e violência que é uma forma positiva de se fazer teatro e o teatro alegre e abstrado do grupo insanidade.. pessoas diferentes, olhares diferentes, vidas diferentes uma experiência única que se é guardado emocionalmente e verdadeira. 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Por que Fazemos o teatro que fazemos?

Algumas palavras entram em moda de tempos em tempos e caem em gosto geraal. De repente se transformam em valores necessarios. Nesse sentido, escrever sobre o compromisso etico e social no fazer teatral pode soar algo tao batido como, escove os dentes antes de dormir.Quem nao passou o fio dental levante a mao! Desde que o teatro e teatro ele sempre esteve em serviço de algo ou alguem, nunca houve muito como escapar disso. Os profissionais de teatro se colocam portanto, no seu fazer teatral, a serviço desse algo ou alguem, que ao longo da historia jah foi diversamente incorporado : a igreja, a aristocracia, a revoluçao etc.
Um artista e feito de um treinamento ferrenho, muita diciplina e estudo. Pra que? Em nome de que? Em nome da arte e claro! Mas posto que essa arte esta a serviço de algo ou alguem, esse artista e estuda diarimanete em nome de que? Sim, pois um soldado tambem e feito de um treinamento ferrenho,, diciplina e estudo, tudo em nome de uma ideia abstrata de patria, ou amor a patria, segundoa qual ele deve morrer e matar em nome dela, mesmo que a patria venha a ser criminosa. O seu compromisso, portanto, e uma especie de carta que ele assina em branco, a ser preenchida segundo as conveniencias, circunstancias ou nao, dessa ideia de patria, nao lhe cabendo nenhuma direito de opiniao ou a de contestaçao. Ele se submete a essa ideia por uma noçao de hierarquia. Eles sao mao-de-obra qualificada, e a defesa e a segurança dessa ideia de patria sao a justificativa plena e a finidade de seus atos.
Mas voltaremos ao artista, ou no caso, ao ator, que diariamente trabalha a serviço do teatro, ou de uma ideia abstrata de amor ao teatro. Esse ator deve servir a essa ideia mesmo que o teatro venha a ser criminoso? Omisso? Mentiroso? Mas de certa forma, dirao, o teatro e sempre mentiroso! Pois entao trata-se ainda mais de saber muito claro que 'Mentira' o ator se empenha em contar. Ou seja, a serviço de que ele coloca o seu talento e o seu conhecimento? Ou ainda a serviço de que ele investe horas diarias de treinamento? Ou o ator poderia ser resumido a uma mao-de-obra qualificada contratada para tornar verossimel qualquer mentira? Ora direis, tratar de fazer escolhas. Sim , fazer escolhas, tao simples quanto! Mas fazer escolhas baseadas em que? E ai a cobra morde o proprio rabo em uma questao primaria: por que fazemos teatro que fazemos? O que nos leva a se trancar numa sala preta para jogar historias que talvez nunca venham a ter importancia para grande maioria dos mortais , enquanto o sol e a vida brilham de verdade la fora e um beijo derradeiro pode nos abater na proxima esquina ao oeste? Quem tem opçao, tem afliçao, ja dizia mestra Yara caznok. E nao ha escolhas onde nao existem alternativas! A questao nao e saber que teatro vamos fazer e sim conhecer e entender e as que criamos, para depois saber quais mentiras contar e para quem!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Arte (quase) invisivel- Aderbaal Freire Filho ( O Sarrafo ediçao junho de 2003)

O Alfaiate do rei nu, eis o homem! Todos, esta bem, quase todos veem os trajes que ele nao fez. Seu oficio esta no extremo de uma fieira que tem o diretor de teatro no extremo oposto. Nem um, nem outro entraram na liesta de oficios que a reportagem especial da revista veja dedicou aos bem- sucedidos em suas carreiras. Quanto ganha e o que faz um alfaiate do rei nu, quanto ganha e o que faz um diretor de teatro? resposta da revista veja : sei la, nem queri saber, nao me interessa> Bem, e melhor ficar com biologos, publicitarios e administradores de empresas, ate porque o mercado de trabalho para alfaiates de reis nus e diretores de teatro nao e dos melhores. E, dos dois, pior ainda para os diretores e teatro, se considerarmos, claro, os bachareis que se dedicam a 'Vestir' reis nus ( ou vestir 'reis' nus; os vestir reis 'nus') .
Mas porque eles sao os extremos postos de uma fieira de oficios e profissoes? em poucas palavras: os alfaiates de reis nus nao fazem o que quase todos veem, as roupas dos reis nus, e os diretores de teatro fazem o que quase ninguem ve, a mise-en-scene de uma peça de teatro, Vou abandonar agora os alfaiates de reis nus, eles que criem seu sindicato. Vou falar duas ou tres coisas dos que conheço, os diretores de teatro, ate porque sou um dele> Xomo e isso que quase ninguem ve o que eles fazem, se alguns sao tao famosos?e quase ninguem ve, quem sao os poucos que veem e o que eles vem? E o que , afinal os diretores de teatro? Nao vou responder na ordem, nem sei se vou responder.
A julgar pelo o que dizem deles, o que elez fazem nao e dificil de saber: eles gritam ( dizem que os diretores de televisao gritam mais ). E, as vezes, eles escrevem sobre o que fazem. Bom. Como eles nao estao presentre no espetaculo, como os atores; nem estao representados no espetaculo por coisas concretas, palpaveis, dialogos, e natural que a identificaçao da sua ' Obra ' seja dificil. E Outra consequencia disso e tambem natural : os diretores ' efeirtistas ' sao mais reconhecidos, eles sao os autores dos efeitos, eles jogam para a plateia ( a patuleia, na corrupta ). Dai costumam sair os famosos, o que esta muito bem. O mal e quando isso vira padrao de qualidade e a qualidade verdadeira nao conta.
Dou um exemplo, Peter Brook, que era famoso tambem aqui, enquanto quase ninguem tinha visto seus espetaculos, acaba de chegar ao brasil. Como sua qualidade nao e feita de ' efetismos ', nos ver a qualidade verdadeira dos seus espetaculos foi, para muitos, decepcionante ( se ele voltar outras vezes vai acabar perdendo fama ). Ouvi muita gente saindo pela tangente: ah, ele agora esta optando pela simplicidade. Ora, brook e simples ha muitos anos, seu timao de atenas, de 1974 ( um senhor de 30 anos ), era de uma simplicidade roxa. Mas tanto la, como agora, suas qualidades estavam ali, escandalosas, no jogo dos atores e com os atores, na vida luminosa de um teatro vivo( valha a redundancia ), na transformaçao da palavra em açao- e ai esta o segredaço.
Chamo aquie essa transformaformaççao de revoluçao do principio e da defino como a grande revoluçao que o poeta da cena deve fazer para a construçao, no palco, da sociedade da poesia viva: o que no principio era verbo, no principio passa a ser açao. Mas isso e dificil de ser visto. A autoria do espetaculo, no final, se confunde tanto com a do ator e a dos atores mesmo os colaboradores proximos muitas vezes nao percebem. Mas e natural que seja assim. Os primeiros diretores de teatro foram proprios autores; os diretores de teatro hoje, portanto, sao sofocles vivo, Shakespeare vivo, Moliere vivo, quando nao ele mesmo- o diretor - inaugurando outra dinastia do fantasma. E assim a imortalidade dessa arte efemera. Emfim, esse papo e so um começo de conversa, nao da tempo de esmiuçar. Arrisco uma generalizaçao, deizendo que tudo o que o diretor de teatro faz, ou pode fazer , e fruto da sua consciencia da natureza da ilusao particular do teatro. Nao gritar tambem e bom.

domingo, 9 de maio de 2010

Imagine- John lennon


' Imagine que não ha nenhum paraiso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno debaixo de nós
Acima de nós, só o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine que não ha países
Não é dificil fazê-lo
Nenhum motivo para matar ou morrer
E Nenhuma religião, Também
Imagine Todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Tú Podes dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia te juntes a nós
E o mundo sera um só

Imagine nenhuma posse
Que maravilha se você conseguir
Nenhuma nessessidade de ganancia ou fome
Em uma fraternidade de homens

Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo
Podes dizer que sou um sonhador
Mas não sou o único
Espero que um dia te juntes a nós
E o mundo sera um só. '


Talvez seja impossível para você poder viver sem se preocupar com o que o mundo está falando pra você, ou que tipo de olhar esta te jogando.. mas uma coisa é real, o mundo só melhora com cultura e estamos ai pra isso.. ser diferentes, transformar o mundo e sermos formadores de opniões e de platéias.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O ator !!!

Por mais que as cruentas inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o suficiente para ele permanecer indiferente às desgraças ou alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu na sua vida.
Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade e por aí despertá-lo, tira-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que por desencanto ou medo se sujeita, e inquieta-lo e comove-lo para as lutas comuns da libertação.
Os atores têm esse Dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos onde não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e autores, têm esse Dom. Por isso o artista do teatro é o ator.
O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade,. Vai Ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que ator tenha muita coragem muita humildade e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de suas personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.
Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem Ter – não é o dinheiro, não são os aplausos – é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica.


Plinio Marcos
Do livro “Canções e Reflexões de um Palhaço”